Thursday, September 11, 2008

Architect

E eu gostava tanto daquele menino.
Dos olhos brilhantes que me faziam contemplar o firmamento.
E ver estrelas perdidas num olhar
Encontrar vestígios de pó estelar em seu sorriso

Menino que de tanto querer alguém
Preferia espantar e afastar
Por querer algo incomum
Por querer alguém irreal

E era aquele incompatível
Com o recado que me deixou
Deveras atrevido
Mas ainda era ele, sem sombra de dúvida

Numa faceta que gerava em mim receio
De sê-lo tão vulgar
De não ter visto estrelas naquele olhar
Em medos que roubam minha paz

Disse-me que fora um rompante
De tão inebriado que estava
Por minha imagem desvelada
Que a uma atitude pueril o motivara

E seu riso tímido é ainda mais doce
Agora que no início
Riso roubado, ele é para mim o vício
Que não mata, pois só fortalece

Esses olhos que mantém o viço
O poder de me vencer num toque
Amor, tesouro dos pobres
Agraciada por ti estava eu, desde o início

2 comments:

Frankie said...

Saudades de suas palavras...

Sabe...um dia conheci um menino assim...
E foi bom vê-lo retratado em seus versos.

Obrigada*

Fernando Serra said...

Gostei de encontrar aqui um relato do que sinto em relação às mulheres...
Fico sozinho pois quero alguém que acho que não existe...
E quando tento encontrar algo mais táctil, acabo sendo rude ou apressado!
Belo texto Queen of the sunshine!