Thursday, September 11, 2008

Architect

E eu gostava tanto daquele menino.
Dos olhos brilhantes que me faziam contemplar o firmamento.
E ver estrelas perdidas num olhar
Encontrar vestígios de pó estelar em seu sorriso

Menino que de tanto querer alguém
Preferia espantar e afastar
Por querer algo incomum
Por querer alguém irreal

E era aquele incompatível
Com o recado que me deixou
Deveras atrevido
Mas ainda era ele, sem sombra de dúvida

Numa faceta que gerava em mim receio
De sê-lo tão vulgar
De não ter visto estrelas naquele olhar
Em medos que roubam minha paz

Disse-me que fora um rompante
De tão inebriado que estava
Por minha imagem desvelada
Que a uma atitude pueril o motivara

E seu riso tímido é ainda mais doce
Agora que no início
Riso roubado, ele é para mim o vício
Que não mata, pois só fortalece

Esses olhos que mantém o viço
O poder de me vencer num toque
Amor, tesouro dos pobres
Agraciada por ti estava eu, desde o início

Friday, September 05, 2008

Se até eu sou um ser imaginário...

Do luto à luta
O labor diário
A dura lida
De um ser exausto

Ser este que já abdicou de seus sonhos
Ao acatar tantas vontades
Esqueceu de suas próprias
Sorvido e incorporado ao pão

Peleja contra o inimigo invisível
Tenta vencê-lo a todo custo
Admirável homem simples
Que tem em si o maior inimigo

Quebre os grilhões e ouse voar
Ainda que tudo lhe falte
Não permita que lhe arranquem a vida
Mesmo que seu corpo caia no embate.